A Câmara Municipal de Vagos está cada vez pior. Esta é mais uma prova em como o PSD (e os seus responsáveis pelas finanças municipais) é absolutamente incompetente na gestão do dinheiro dos contribuintes. Usou nas últimas décadas milhões e milhões de Euros sem ninguém perceber como e mesmo assim conseguiram acumular dívidas, recorrendo agora aos Vaguenses para resolver a situação dramática em que deixou a autarquia.
Há um ano atrás (!), na altura da apresentação do “Documento Verde da Reforma da Administração Local”, o Governo anunciou a criação de uma linha de crédito para as autarquias, foi anunciando o enquadramento e explicou os detalhes no mês de maio deste ano. Houve muito tempo, é inadmissível que não tenha havido um amplo debate público antes de se recorrer a esta linha de crédito. Esta maneira de fazer as coisas tem de acabar! Ao estilo de Passos Coelho, a Câmara aderiu ao PAEL, sem ter a coragem de explicar primeiro aos cidadãos os sacrifícios que isso vai exigir em troca e sempre a pensar nas eleições de 2013. E não contaram também que vão estar a pagar este empréstimo durante 14 anos(!) – o PSD pode já sentir que não vai estar mais nenhuma década na Câmara Municipal, mas é inadmissível deixar dívidas para os outros e hipotecar o futuro da próxima geração.
No passado a Câmara incorreu em negócios ruinosos para o município, é preciso fazer as coisas às claras e com todos os agentes e partidos políticos envolvidos. Esses erros têm hoje custos muito altos como se comprova pelas despesas com as decisões judiciais desfavoráveis a Vagos que estão também presentes no plano de ajustamento, para ninguém as esquecer.
Para iniciar o debate, deixamos 8 notas, cujos esclarecimentos solicitámos por carta e email à Câmara Municipal (pedindo que desse conhecimento à Assembleia Municipal):
- O PS Vagos exige que todos os cidadãos vaguenses tenham agora conhecimento dos aumentos absolutamente brutais dos impostos municipais e que essa comunicação seja feita com imparcialidade e verdade absoluta e não em nome do PSD.
- Como pensa a Câmara Municipal vender até ao 2.º semestre de 2013 mais de 2 Milhões de Euros de património da autarquia? O que vão vender em 2013 que não puderam vender noutros anos? A quem vão vender? Em que condições? Como se justifica a obtenção dessa receita até às eleições autárquicas, quando nos 13 anos seguintes apenas prevê arrecadar 50 mil Euros anuais? Isto pode ser desbaratar património municipal à pressa e tem de ser muito bem explicado. Antecipam-se receitas em desespero, numa fase pré-eleitoral, porventura desbaratando património público em condições de mercado desfavoráveis?! Não é admissível que um plano para 14 anos concentre estas operações ao longo dos próximos meses, exatamente até às eleições autárquicas! E o que pensam vender por 50 mil Euros anuais até 2017?
- No que respeita às despesas com instituições sem fins lucrativos, como se justifica um aumento tão significativo em 2013, ano de eleições? Essas despesas não eram possíveis de concretizar noutro ano? É coincidência, outra vez?
- Destacamos que o projecto apresentado prevê um aumento das receitas com o IMI, no espaço de 6 anos (2011-2017) de mais 85,7%. Mais uma vez, como vai a Câmara explicar esta sua opção por um programa com estas consequências e particularmente informar os cidadãos sobre este aumento brutal do IMI? E haverá aumentos do IMI no ano eleitoral de 2013? Ainda neste domínio, a Câmara tem sido proativa na definição dos índices por zona do IMI?
- A CMV impõe aos Vaguenses um programa em que se propõe a cobrar mais 32,2% de “outros impostos diretos” em 2017, do que o cobrado em 2011. Que impostos são esses? É uma fatura demasiado pesada para que a sua explicação seja omitida.
- No que respeita aos custos de funcionamento de infraestruturas municipais ou com os gabinetes políticos, como pode a Câmara exigir tanto aos munícipes, com aumentos brutais de impostos municipais, quando não se propõe a reduzir um cêntimo nos seus custos internos de funcionamento?
- Há uma referência a um plano de racionalização da iluminação pública que vai custar, exatamente no ano eleitoral de 2013, 72 mil euros. Porque só em 2013? Porque é que ainda não seguiram o exemplo de outras Câmaras que há vários anos executam planos de iluminação mais económicos?
- Este dinheiro que a Câmara receberá da linha de crédito servirá para pagar a empresas do concelho a quem devem dinheiro, como manda o espírito do programa de apoio à economia local? Qual é a percentagem do dinheiro que a Câmara irá receber que servirá para pagar a fornecedores de Vagos?
Em resumo, o PSD vai deixar uma câmara endividada, com um plano penoso para os vaguenses e sem património – é esta a herança dramática do PSD que os cidadãos têm de combater.
Por fim, apelamos para que todos aqueles com responsabilidades sejam confrontados com estes e outros detalhes do programa, para aferir o seu nível de conhecimento dos mesmos.
PS Vagos