(artigo de opinião publicado no jornal Terras de Vagos)
“Ajudar a tornar o concelho de Vagos mais desenvolvido e mais justo não é uma luta partidária, é cada vez mais um dever de todos, com ou sem ligações à política, que querem que Vagos seja um sítio melhor para viver e trabalhar. Por sua vez, os partidos não servem a comunidade se não forem organizações abertas à participação de todos.
Por isso, o PS Vagos decidiu ser um partido aberto, renovado, jovem, qualificado, que vai tomando posições depois de auscultar e aprender com os vaguenses e com as forças vivas do concelho. As iniciativas que vamos contimuar a ter com as pessoas e as instituições têm por missão reforçar o nível de participação e mobilizar para uma democracia mais saudável em Vagos, motivando as pessoas a partilhar ideias, sem receios de represálias. Por exemplo, a criação do nosso Gabinete de Estudos é uma iniciativa inédita num partido em Vagos e traduz uma forma séria de trabalhar, para debater e preparar propostas fundamentadas.
Numa época em que a informação circula facilmente, por vezes, para implementar boas políticas nas várias áreas, basta copiar as boas práticas, desde logo as de alguns dos nossos concelhos vizinhos. Copiar. Mas nem a esse trabalho assistimos em Vagos. Entre outras coisas, assente numa visão estudada para o concelho, a autarquia vaguense precisa de: destacar as suas mais valias, escolhendo áreas-chave de intervenção (como o turismo, o empreendedorismo, o desporto, a agricultura, etc.); promover parcerias vantajosas com municípios vizinhos; gerir o dinheiro e a dívida de forma mais responsável e selecionar investimentos de forma criteriosa; criar políticas que permitam fixar as empresas e as pessoas (e os jovens em particular); ligar-se mais à inovação e à(s) Universidade(s); empenhar-se com mais qualidade na obtenção de fundos comunitários e nacionais; valorizar o papel das Juntas de Freguesia, de forma a conseguir tratar todos os cidadãos de forma igual, sem favorecimentos.
É urgente este trabalho por Vagos, pois estamos no limite, com os autarcas do PSD já há décadas presos por teias de aranha às cadeiras da Câmara e a autarquia falida, que obriga as gerações vindouras a pagarem os vários empréstimos que vai contraindo. Situação que decorre da profunda falta de empenho e competência no exercício de funções públicas e da inadmissível gestão de interesses individuais, à confrangedora falta de ideias ou de rasgos de inovação, que não nos têm permitido diferenciar sequer ao nível distrital, nem contribuído para alcançarmos um nível de desenvolvimento e qualidade de vida que ambicionamos.
Acontece que temos sido pouco exigentes com as pessoas que elegemos, devíamos exigir muito mais trabalho, competência e transparência. De qualquer modo, sem surpresas e de forma irresponsável, a Câmara aparece agora com um orçamento 2013 que inclui obras de vulto para agradar neste ano de eleições, prometendo vários arranjos na rede viária. Aliás, tentar mostrar-se só no ano eleitoral é um problema (de todos os partidos) em muitas Câmaras e uma das marcas principais desta do PSD que nos governa há décadas. Não podemos permitir que nos enganem mais. Entre muitas faltas de rigor e discrepâncias em relação ao Plano de Apoio à Economia Local, este orçamento incorre numa inadmissível prática sucessiva e já criticada pela Inspeção Geral de Finanças de sobreorçamentação das receitas, numa tentativa falhada de escamotear a falta de capacidade para conter alguma despesa, particularmente em anos eleitorais.
Muitos consideram que o nosso concelho é um dos mais conservadores do país, com mentalidades fechadas e com medo de mudanças. Mas sinto que esta realidade se tem vindo a alterar, pelo que é importante aproveitarmos as competências de muitos vaguenses despertos para a mudança. E, nos momentos nobres, principalmente neste contexto difícil, nada se deve sobrepor a uma avaliação racional sobre quem está mais bem preparado para gerir e liderar os destinos da nossa terra. Hoje não há, portanto, razões para que as pessoas não se associem ao PS Vagos e o que podemos ser juntos em Vagos é inadiável, por um concelho melhor.”